UE/PRESIDÊNCIA: ESLOVÉNIA, ALEMANHA E PORTUGAL PEDEM EUROPA ”FORTALECIDA” DEPOIS DA PANDEMIA

Mai 31, 2021

Os Presidentes da Eslovénia, Alemanha e Portugal apelaram hoje a uma União Europeia “fortalecida” depois da pandemia, durante um encontro organizado no âmbito do ‘trio’ das presidências do Conselho da UE, de que fazem parte os três países.

“Gostaria de dizer que a União Europeia (UE), a ideia europeia, é a melhor coisa que aconteceu a este continente, que estamos ligados a esta ideia como um destino, e que nós temos que fortalecê-la e cuidar dela”, sublinhou o Presidente da Eslovénia.

Borut Pahor falava em conferência de imprensa conjunta com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e alemão, Frank-Walter Steinmeier, após um encontro que durou cerca de 30 minutos entre os três e que precedeu um jantar de trabalho, no castelo de Brdo, a cerca de 30 quilómetros de Ljubljana, no âmbito do trio das presidências do Conselho da União Europeia (UE), de que faz parte a Alemanha, Portugal e a Eslovénia.

Apesar de reconhecer que a pandemia constituiu um “período muito difícil” para a Europa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o “desafio” está a ser “vencido” devido à “capacidade de resistência dos europeus, à unidade dos europeus, ao projeto da União Europeia, e à capacidade de pôr de pé uma luta conjunta contra a pandemia”.

“Haverá sempre nas opiniões públicas pressões nacionalistas ou soberanistas dizendo que a Europa vai morrer e, de cada vez que se profetiza a morte da Europa, a Europa sai mais viva destes desafios. Não foi a pandemia a matar a Europa, a pandemia desaparecerá muito antes de haver qualquer nova profecia acerca da morte da Europa”, apontou o Presidente da República.

Na mesma linha, Frank-Walter Steinmeier reconheceu que, na história europeia, sempre que houve “visões diferentes, também houve interesses diferentes”, mas sublinhou que é “muito importante” haver um “enquadramento” dentro do qual os Estados-membros conseguem “estar cada vez mais perto de uma solução comum”.

“Se desejamos chegar a um resultado final para que esta Europa e a UE seja fortalecida depois desta pandemia e depois desta crise, precisamos de uma ideia europeia comum e de encontrar um consenso na Europa. Precisamos dos 27 Estados-membros, precisamos de uma UE unida e de uma UE forte”, sublinhou o chefe de Estado alemão.

Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que, tanto durante a presidência alemã, como durante a presidência portuguesa, foram dados “passos fundamentais de unidade na Europa”, dando como exemplo a aprovação “nunca vista” do Fundo de Recuperação e Resiliência europeu.

“A UE e a integração europeia, são um processo considerado impossível desde o início, mas que tem sido possível. Era impossível nos anos 50, foi possível, era impossível até ao fim do século, foi possível, era impossível agora, foi possível. (…) Ficou claro de que há uma vontade de continuar juntos, de continuar com mais Europa”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

Também Borut Pahor, que foi primeiro-ministro esloveno entre 2008 e 2012, referiu que, no tempo da crise financeira que começou em 2010, a Europa “chegou a soluções de uma maneira mais difícil, com vacilações”.

“Mas, dez anos depois, também devido à experiência da crise financeira, encontrámos um caminho para sair da pandemia num tempo relativamente curto. (…) Estou seguro de que a Europa da paz vai ganhar”, apontou o chefe de Estado esloveno.

Com o encontro com os seus homólogos esloveno e alemão, Marcelo Rebelo de Sousa deu início à sua visita de três dias à Eslovénia, tratando-se do primeiro Presidente da República Portuguesa a visitar o país desde que Jorge Sampaio veio à Eslovénia em abril de 1999.

Inicialmente prevista para o ano passado, a visita foi adiada para este ano devido à pandemia de covid-19, sendo os principais temas da deslocação a relação entre os dois países e a presidência do Conselho da União Europeia (UE), tendo em conta que a Eslovénia irá suceder a Portugal em julho.